quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Resposta 1 - Palestrante Cristiane Mota de Faria aos Participantes

Prezada Sandra – SUVIS Freguesia do Ó

Em atenção à questão que você apresentou no Seminário sobre Transtorno de Acumulação realizado em 10/11/2015, seguem abaixo algumas considerações que faço a respeito do assunto indagado.

Pergunta: Que tipo de postura deve ter o profissional Assistente Social mediante a acumuladores, pois numa VD em conjunto com uma profissional, ela teve uma postura que eu desaprovei totalmente (Ela chegou abrindo a porta da geladeira)?

Considerações:

Como foi bastante discutido no Seminário, as pessoas com transtorno de acumulação costumam habitar em ambientes desorganizados e com acúmulo de objetos, apresentando dificuldade de higienização adequada dos cômodos da casa, redução da ventilação e iluminação e outras condições sanitárias insalubres.  O grau de crítica desses pacientes sobre os problemas decorrentes da acumulação é variável (“good or fair insight, poor insight, absent insight” – DSM 5). O que observamos em grande parte dos casos que temos trabalhado é uma baixa percepção do quanto essa situação é prejudicial à sua própria saúde e aos demais. Muitos descuidam da própria saúde (autocuidado).

A participação da Assistência Social no atendimento desses casos é fundamental a fim de identificar a situação de vulnerabilidade apresentada e promover as intervenções necessárias visando ao desenvolvimento de potencialidades e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Entendo que esses profissionais, para avaliação da situação de vulnerabilidade precisam avaliar as condições de vida das pessoas com transtorno de acumulação, a fim de identificar o seu grau de fragilidade. Nessa avaliação, precisam observar condições como presença de água e luz, se há alimentos em quantidade suficiente, higiene do local, renda e vínculos familiares, dentre outros aspectos.

Tal como se espera dos demais profissionais que atuam no atendimento desses casos a postura/conduta profissional esperada é de respeito e construção de um vínculo/relação de confiança que possibilite o conhecimento sobre o modo de vida dessa pessoa de uma forma preferencialmente compartilhada e o menos invasiva possível.

Atenciosamente,


Cristiane Mota de Faria
Assessoria Técnica / Gabinete

Coordenação de Vigilância em Saúde - COVISA
Secretaria Municipal da Saúde - SMS
R. Santa Isabel 181, 6º Andar - Vila Buarque - SP
Tel: (11) 3397-8202 / 3397-8350

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